O deputado federal Alberto Mourão (MDB/SP) reforçou, nesta semana, a necessidade de reavaliar a proposta de implantação de um novo pedágio no Litoral Sul. Isso porque, em julho deste ano, retomou-se a discussão de um projeto estadual com o objetivo de privatizar rodovias no litoral paulista e implantar pelo menos um trecho com pedágio. Esse modelo propõe a utilização de um sistema eletrônico, conhecido como free flow, com tráfego livre de veículos e cobrança por trecho ao invés de praças de pedágio. A previsão seria que motoristas que viajassem de Praia Grande para Peruíbe, ou vice-versa, pagassem uma taxa para atravessar pouco menos de 60 quilômetros.
Para ele, esta medida afetaria totalmente a realidade local e prejudicaria os moradores, turistas e veranistas da região, aumentando seus custos, reduzindo suas atividades comerciais e gerando impactos diretos na economia de toda a Baixada Santista. “Principalmente para os moradores, que seriam os mais prejudicados, já que fazem uso das rodovias que cruzam as cidades diariamente. Esta é apenas uma das razões que fazem essa proposta ter que ser estudada com cautela, até porque já temos dois pedágios na Baixada que criam desafios para o desenvolvimento econômico da região”, diz.
Além disso, tem a questão da mobilidade, que ficaria comprometida com a implementação de uma nova taxa. “Temos que entender também que as cidades do Litoral Sul (de Praia Grande até Peruíbe, principalmente), precisam ter marginais adequadas, que suportem o trânsito intenso da região. No entanto, ao implantar um novo pedágio na rodovia, faz-se com que as pessoas recorram as marginais para fugir da cobrança, assim como força-se os ônibus municipais e intermunicipais a também se concentrarem no mesmo espaço, enfrentando trânsito, semáforos e cruzamentos – aumentando o tempo de percurso, que já é longo. Atualmente, leva-se até 3h30 para ir de Peruíbe ou de Itanhaém até Praia Grande, São Vicente ou Santos, por exemplo, e com o desvio para as marginais isso ficaria muito pior, encarecendo os custos dos usuários e os afastando dos serviços disponíveis na Baixada como um todo”, alerta.
Com esta medida, afasta-se também os turistas e veranistas da região, lembra o parlamentar. “Com uma nova tarifa, os turistas e veranistas pensarão duas vezes antes de visitar o Litoral, porque quando o fazem já contribuem com os serviços comerciais oferecidos, colaborando para a economia e para a geração de empregos local. No entanto, com mais uma cobrança, seus gastos aumentariam, o que poderia fazer com que reconsiderassem a ida para a Baixada, diminuindo a atividade econômica da região. Então precisamos repensar essa ideia, discuti-la de forma estratégica, com o intuito de encontrar a melhor solução para todos e continuar contribuindo com o desenvolvimento regional”.