Mais integração no sistema viário
Desde quando assumiu a Prefeitura de Praia Grande (SP) pela primeira vez, em 1993, Alberto Mourão percebeu que haviam vários problemas no setor viário do município – inclusive em suas linhas municipais e intermunicipais, que ocorriam também devido à própria configuração longitudinal da cidade e à reduzida rede viária que possuía.
Diante da dificuldade, sua primeira atitude como prefeito da cidade, relacionada ao transporte, foi promover uma pesquisa sobre o serviço em Praia Grande – o que indicou que o sistema precisava ser aprimorado quanto à pontualidade, lotação e frequência nos picos de operação. Dessa forma, seria necessário implantar um sistema operacional de transporte coletivo baseado em sistema tronco, com a construção de dois terminais de transbordo e integração. O projeto incluía terminais nos bairros Sítio do Campo (Tude Bastos) e Mirim (Tatico), inaugurados em 1996.
Durante a primeira gestão, ainda foram implantadas novas linhas de transporte municipal, algumas para operar de forma convencional e outras de forma expressa, sem paradas nos terminais. Em uma ação conjunta para disciplinar o turismo de um dia e melhorar a imagem da cidade, que era conhecida até então como “terra dos farofeiros”, além da construção das rodoviárias, a Administração criou o projeto modelo de veículo destinado a transporte turístico ao longo da orla da praia e iniciou a fiscalização de excursões, através do Projeto de lei complementar que regulamentou a circulação de ônibus provindos de outros municípios.
A ação deu certo e até hoje a entrada em Praia Grande só é permitida em caso de reserva de hospedagem e estacionamento comprovado. Também há cobranças de taxas, com isenção para ONGs, igrejas e veículos que transportam atletas de competições esportivas apoiadas pelo município.
Com o controle de visitantes e com a construção dos terminais rodoviários, o turista passou a sentir maior receptividade ao desembarcar em Praia Grande. Dessa forma, a cidade começou a ser vista com outros olhos e essas mudanças foram só o começo.
Até porque, pensando em dar mais agilidade ao transporte coletivo de massa, Mourão adotou para Praia Grande o sistema de bilhete único – levando a cidade a se tornar a primeira a utilizar o bilhete único em toda a região.
Ao longo dos anos, Praia Grande continuou investindo no transporte público, a fim de garantir a mobilidade, a segurança e a qualidade de vida da população e de turistas. Atualmente, o município conta com 90 ônibus, desses, 83 estão nas ruas diariamente, atendendo passageiros das 14 linhas municipais que circulam em todos os bairros da cidade – enquanto os demais são usados como reserva técnica, em caso de necessidade.
A frota tem uma idade média de uso de 1 ano e 8 meses, uma das mais novas do Estado e do País. Além de nova, todos os ônibus possuem ar-condicionado, wi-fi e acessibilidade completa (de acordo com especificações da norma de acessibilidade da ABNT-NBR 15570).
A concessionária responsável pelo transporte coletivo de Praia Grande é a Viação Piracicabana e a distância média entre os pontos de ônibus da cidade é de 400 metros, com exceções em locais onde as características físicas impedem essa condição. O sistema intermunicipal também é integrado ao municipal. O usuário paga somente a diferença entre as passagens para acessar os municípios vizinhos. Além disso, há diversas empresas rodoviárias estaduais e interestaduais que passam diariamente pelos terminais.
Já no que compete ao transporte via taxistas, Praia Grande possui, em média, cerca de 123 taxistas registrados e a cidade está em fase de estudos para elaboração de propostas em relação a normatização dos transportes por aplicativos. A Administração entende que o assunto deve ser tratado de forma metropolitana.
O transporte escolar regular do município, por sua vez, é realizado por 13 veículos – além de 15 para o transporte de alunos da educação especial, de inclusão e de complementação educacional. O benefício do transporte escolar é concedido aos alunos matriculados acima do perímetro de 2 km de distância entre a escola e a residência e é concedido até que seja possível realizar o atendimento em uma unidade escolar dentro do perímetro. No caso de Educação Especial e Inclusão, o transporte oferecido pelo município dá preferência aos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental que sejam cadeirantes ou apresentem severas dificuldades de locomoção – e residam a mais de 800 metros do estabelecimento de ensino onde estiverem matriculados.